quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A televisão: um instrumento poderoso



A presença da televisão e sua influência no cotidiano dos indivíduos componentes de uma sociedade é um fato inquestionável. Pierre Bourdieu trata dos recorrentes impactos e consequências do que é proposto por esse meio de comunicação dentro de um país ou sociedade em geral, mostrando como política e economia são elementos essenciais na atividade jornalística. Giovanni Sartori diz então, que a influência é um fato tão significativo que faz com que crianças se eduquem primeiramente a partir de imagens do que pela própria palavra – característica proveniente dos efeitos da televisão.



A partir do momento em que um instrumento da mídia alcança níveis tão altos de repercussão na vida dos indivíduos, ele se torna ao mesmo tempo um instrumento de revolução social. Porém, emissoras de TV passaram a ser - antes de tudo - corporações com interesses próprios. Tais interesses são capazes de manipular o pensamento da população: não existe recurso mais eficiente para atingir as massas do que através do que é exposto na tela. Como diz Bourdieu “(...) a televisão pode reunir em uma noite diante do jornal das 20 horas mais pessoas do que todos os jornais franceses da manhã e da noite reunidos.”



Atualmente, com o advento da internet, as mudanças e reivindicações sociais passaram a ser amplamente debatidas. Através dela – e principalmente pelas redes sociais – as pessoas se comunicam de forma efetiva. A mobilização gerada através da internet atuou como uma ferramenta eficaz para que as revoluções no Egito tivessem maior visibilidade interna e mundial. O povo, tantas vezes subestimado, foi capaz de se organizar, ir às ruas e alcançar a tão almejada revolução. É o que acontece com eventos menores no âmbito dos protestos aqui no Brasil. Tanto a Marcha da Maconha quanto a Marcha da Liberdade tiveram como alicerce a mobilização gerada pela internet.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A real soberania e a falsa liberdade

A função do estado enquanto regulador da população é contraditória, pois quando o mesmo reprime alguma insurreição contraria ao seu interesse, tem de fazê-lo de maneira tal para que essa repressão não afete sua própria constituição, isto é: se o estado utiliza a violência e repressão, por exemplo, como meios de manter a ordem, ele pode causar um impacto negativo perante a opinião da população. Através dessas políticas autoritárias, ele perde o apoio necessário para a sua estabilidade no poder, uma vez que os cidadãos passam a se sentir boicotados em relação à liberdade que, supostamente, deveria ser garantida pelo próprio.

Um claro exemplo disso é a Marcha pela Liberdade, manifestação ocorrida após a forte repressão policial exercida após a Marcha da Maconha. O direito à liberdade de expressão foi boicotado de fato, mostrando o evidente poder instalado nas mãos das autoridades brasileiras. A intenção inicial dos manifestantes era trazer o debate sobre legalização e descriminalização da maconha, mas tiveram a marcha proibida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) um dia antes do evento. Os organizadores não se deixaram abater e mudaram o nome para Marcha pela Liberdade, que foi violentamente reprimida pela policia militar, com o uso de spray de pimenta, gás lacrimogêneo e cacetetes.




Um caso similar ocorreu no Chile, onde centenas de jovens marcharam nas ruas de Santiago como parte de um movimento para exigir melhoras na educação pública. Os estudantes foram reprimidos pela força policial antes mesmo de começarem o protesto: foram sujeitados a agressões físicas por meio de canhões de água, o que impediu que o movimento chegasse ao centro da capital onde a manifestação teria, de fato, maior visibilidade. Denovo mostrou-se um claro exemplo da força do estado diante do descontentamento da população. Garantir a educação é um dever do próprio que não foi cumprido e ainda assim ele pode reprimir aqueles que exigem, simplesmente, os direitos constitucionais de um cidadão.



Esses exemplos dão um panorama da complexa relação que existe entre governo e governados. O sistema político vigente nos países citados carece de estabilidade e pior, confiabilidade por uma parte de seus respectivos subordinados, devido à série de escândalos, desmandos e gritantes diferenças sociais. O estado precisa ser soberano e teoricamente a ferramenta que capacita os indivíduos a levarem um vida digna a partir dos aparatos oferecidos pelo mesmo. Infelizmente, é uma questão que ocorre estreitamente na área da suposição e da teoria. A soberania dos governantes perante os governados ultrapassa limites que devem existir para que o povo tenha voz na atmosfera de um pais considerado livre – o que é o caso tanto do Brasil, quanto do Chile. Para a aprovação de alguns, sempre acontecerá a reprovação de outros. O estado tem a tarefa de agradar a população como um todo, porém, sem perder o seu legitimo poder que faz dele a figura mais poderosa de uma nação. Deste modo, muitas vezes quando o mesmo dispõe da voz, o povo é quem permanece calado.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O voto enquanto ferramenta de controle

Os gregos contextualizavam a vida a partir de dois conceitos. Zoé, expressando a vida animal, biológica; e bios, enquanto vida política. O primeiro, diz respeito ao simples fato de viver, comum aos humanos e aos animais. O segundo, expressa a forma ou maneira de viver peculiar a cada indivíduo ou grupo. Diante dessas duas definições, emplacamos também à nossa reflexão o conceito de vida nua, do filósofo italiano Giorgio Agamben.



Para Agamben (foto acima), a vida aparece como uma ameaça à morte. A biopolítica exercida pelo Estado demonstra urgência e interesse em manter e explorar essa condição humana, onde o indivíduo não atua como objeto político, mas como sujeito político.

O filósofo afirma que o campo de concentração é o paradigma biopolítico contemporâneo, pois no campo os homens são totalmente privados de seus direitos. Nele, o Estado aflora sua essência controladora/biopolítica.

Conceitos políticos contemporâneos correspondem ao paradigma supracitado. Certamente, a essência do campo de concentração consiste na materialização do estado de exceção. No campo, judeus e negros são objetos de manuseio do Estado, sem que seus pensamentos ou posicionamentos políticos sejam considerados. O fato de ser negro ou ter sangue judeu já é o bastante para serem oprimidos. Aqui, vemos o maior exemplo de vida nua.



A cada vez mais o indivíduo tem seus direitos políticos esmagados pelo totalitarismo. No próprio seio da sociedade brasileira encontramos uma pretensa forma de democracia, onde é por nossas mãos, e unicamente por elas, que o poder é erguido. Ora, já bem diziam os gregos que se existe um líder, por mais pífio que seja, a democracia é inexistente. Do que chamamos, então, a democracia que obriga seu cidadão a votar, não apenas como forma de adesão à sociedade política, mas de punição caso sua contrariedade.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Multidão e seu poder de reação

As revoluções do século XX fizeram avançar as condições de uma nova subjetividade política. O conjunto de todos os explorados e subjugados pelo Império formou uma multidão que se opõe diretamente ao poder imperial. Ela possui um movimento autônomo, estabelecendo uma nova geografia e determinando novas formas de vida e cooperação. Circulando, a multidão se reapropria de espaços e constitui-se como sujeito ativo. Além disso, através do trabalho a multidão estabelece uma singularidade não apresentada no Império.

O capitalismo tem exigido a mobilidade crescente da força de trabalho, e migrações continuas através de fronteiras nacionais. A demanda política exige que o fato da produção capitalista seja reconhecido juridicamente e que todos os trabalhadores recebam plenos direitos de cidadania. Todos deveriam ter todos os direitos da cidadania no país onde vivem e trabalham. Contudo a cidadania global muitas vezes não é alcançada. No Brasil, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um exemplo dos excluídos da sociedade de direito.

Os trabalhadores rurais sem terras estavam desprovidos do seu direito de produzir alimentos. Expulsos por um projeto autoritário para o campo brasileiro, capitaneado pela ditadura militar, que então cerceava direitos e liberdades de toda a sociedade, e que anunciava a “modernização” do campo quando, na verdade, estimulava o uso massivo de agrotóxicos e a mecanização, baseados em fartos (e exclusivos ao latifúndio) créditos rurais; ao mesmo tempo em que ampliavam o controle da agricultura nas mãos de grandes conglomerados agroindustriais.

Ao perceberem a injustiça, os trabalhadores organizaram uam multidão na luta para a reapropriação do controle sobre o espaço, na luta para a Reforma Agrária. O MST tornou-se um sujeito político, singular e insurgente contra o sistema capitalista. Essa multidão criou vários espaços pelo país onde vivem de forma sustentável e não dependente do Império. Os militantes pró-MST compreendem que a Reforma Agrária não é uma luta por benefícios apenas para os camponeses, mas uma forma de melhorar a vida dos que vivem nas cidades, com a redução do inchaço urbano e, principalmente, com a produção de alimentos sadios e acessíveis aos trabalhadores.

Fora do Brasil, ocorrem outras situações em que multidões surgem contra o poder imperial. A Primavera Árabe é um exemplo. Em diversos países do Oriente Médio e do Norte da África, milhares de pessoas sofrem com a ditadura do governante, dando início a uma onda revolucionária de manifestações e protestos. Os protestos têm compartilhado técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das redes sociais para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face às tentativas de repressão e censura da internet por partes dos Estados.


Existem fortes tentativas de repressão aos movimentos da multidão. Contudo também prevalece uma resistência para que o Império não consiga controlar os insurgentes. Apesar da disposição de poderes militares e policiais para impor a ordem entre “os turbulentos e rebeldes”, a ação da multidão vai se tornando cada vez mais politizada, de forma que se cria uma conscientização global contra as operações repressivas do Império.

Mas são nestes piores momentos de repressão que os trabalhadores rurais, os participantes da Primavera Árabe, ou qualquer outro tipo de multidão conhecem o valor da solidariedade e da cooperação expressas de forma organizada por meio das ações de sindicatos, partidos, anônimos, nos gestos de milhares de apoiadores e simpatizantes da causa. Todas as multidões lutam pela cidadania global. O potencial de revolução cresce na medida em que as opressões são percebidas, basta os subjugados e explorados se unirem.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Elucidações - O poder para poder

Michel Foucault explica-nos a luz das diferentes formas de poder vigentes na sociedade e os sistemas de repressão capazes de esclarecer as contradições existentes nas propostas do estado para punição e reeducação dos cidadãos que vivem a margem do sistema.

Um dos tópicos mais interessantes tratados pelo autor é a questão do sistema carcerário. Indiscutivelmente, a cadeia tem como função primordial a reeducação do individuo que infringiu determinada lei. Percebemos que isso, de fato, não ocorre: no caso do Brasil, por exemplo, o preso passa a ser tratado sem qualquer dignidade, tornando-se mais uma peça num sistema onde os excluídos são as minorias prioritariamente pobres. As relações de poder se entrelaçam devido as suas raízes, pois a autoridade/poder só existe devido a uma aparente desigualdade entre os homens – esta pode ser gerada principalmente pela economia capitalista, ou pela transferência de poder de um soberano para o outro (no caso da nobreza). Poder e punição são elementos diretamente correlacionados, uma vez que somente o detentor do poder é capaz de punir alguém que julga inferior ou desprovido de forças: indubitavelmente, qualquer forma de poder é repressora e autoritária.


Na foto, Michel Foucault (1926-1984)


O poder sobre a vida se desenvolve a partir do século XVII e se manifesta principalmente em dois pontos: o primeiro, chamado pelo autor de “bio-poder” é o corpo máquina, que disciplinou o ser humano a ser eficiente ao sistema econômico. O segundo, "bio-política” é o da população corpo-espécie, que se constituem de métodos e intervenções reguladoras da vida: a duração da vida, nascimento, morte, perpetuação. Ambas as faces objetivam o desempenho do corpo, e dele extraem tempo e trabalho causando seu esgotamento. O que ocorre é um seqüestro da energia do corpo humano por inteiro. O indivíduo não acha espaço para raciocinar, refletir, se manifestar contra o massacre. Este novo poder significa que a vida humana passa a ser uma questão de interesse público. O poder já não tem a função de matar, mas de investir na vida tornando-a útil para benefícios do Estado e sua articulação constituirá a grande tecnologia do poder no século XIX, elemento indispensável ao desenvolvimento do capitalismo que só pode ocorrer a partir do ajustamento dos fenômenos da população aos processos econômicos.

Em relação ao estado, existe o poder de “deixar viver” ou “deixar morrer”. O poder do Estado é o de apreensão das coisas: do tempo, dos corpos... Em suma, da vida que é suprimida pelo mesmo. Retomando ao sistema punitivo, pode-se tomar também como exemplo de poder atual a pena de morte. Antigamente, a pena era aplicada a quem afrontava o soberano. Hoje, a própria fez-se de difícil aplicação devido a lógica do poder, causando forte contradição: como seria possível uma instituição tal como o Estado, que tem o papel de fornecer todas as condições necessárias a vida, organizando-a e dando funcionalidade a ela, e concomitantemente, ter o aval necessário para aniquilá-la? “Pode-se dizer que o velho direito de causar a morte ou deixar viver foi substituído por um poder de causar a vida ou devolver a morte.” (FOUCAULT, M. “Direito de morte e poder sobre a vida”). Atualmente, é sobre a vida que se exerce o poder, a morte é o limite, apenas um escape, uma privação da existência.

E o sol da liberdade em raios fúlgidos

Parece tortuoso contestar os moldes que ditam a estrutura da sociedade, onde muitos homens obedecem a um único homem. Para Etienne de La Boétie, filósofo francês (1530-1563), este foi o assunto que lhe tirou noites e noites de sono. Pensou em respostas; tentou encontrar o porquê. Covardia? Comodismo? Medo? Segundo o Discurso da Servidão Voluntária, um relato apaixonado em prol da liberdade escrito por ele, é o próprio povo que se escraviza, mesmo podendo escolher entre ser livre e ser escravo. Medo parece não ser a resposta correta, pois cem homens não podem ter medo de um homem; mil homens não podem ter medo de um homem.

"Que mais é preciso para possuir a liberdade do que simplesmente desejá-la?" - La Boétie (foto)

La Boétie tenta desvendar as razões da servidão: por que todos obedecem e servem a um único tirano? O filósofo vai a fundo na condição humana. Acredita que os povos simplesmente se deixam oprimir e que no dia em que não mais servirem, não mais serão esmagados. Quais seriam, então, as possíveis respostas para o fato de o homem permitir ser dominado e oprimido?

Segundo John Locke, filósofo inglês (1632-1704), o governo torna-se tirano apenas quando o poder é aplicado para empobrecer, perseguir ou subjugar o povo à ordens arbitrárias e irregulares.

No estado civil é possível ter amparo da lei para que o homem proteja sua vida e seus bens. Funciona como uma troca: liberdade X segurança. De que adianta ser livre se, sem regras, não há ordem? Daí o conceito de servidão, que La Boétie considera um vício, um "triste vício humano". O contrato social (formação de ordem e Estado) atua como uma resposta a todas as fraquezas humanas. Perde-se a liberdade, mas protege-se a vida. Para La Boétie, libertário ferrenho, esta escolha trata-se de uma desgraça.

O homem tem medo de ser livre? De acordo com Locke "onde não há lei, não há liberdade." Seria essa uma escolha racional? La Boétie contesta modos de governar e suas ações: "não é fácil admitir que o governo de um só tenha a preocupação da coisa pública." Portanto, chegamos a um clássico embate: o homem deve abrir mão de sua natureza em prol das estruturas sociais?

La Boétie teoriza: se hoje um novo povo nascesse, sem nenhuma referência a todas as coisas do passado, esse povo preferiria seguir a razão ou servir a um único homem? A resposta parece fácil, porém, junto a ela uma nova pergunta: se realmente parece óbvio sermos livres, por que não o somos?

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Segundo Marx

Segundo Jonh Eigerl, lingüista alemã, o capitalismo pode ser definido como uma fábrica de confinamento: especializado na alienação de seu consumidor/explorado, o sistema cria uma zona de conforto de difícil percepção ou livramento. Não é difícil entender o choque com que é recebida a notícia de que já são dezesseis os suicídios cometidos por empregados da empresa taiwanesa Foxconn. Responsável pela fabricação de produtos eletrônicos na China, a empresa é acusada de manter seus trabalhadores sobre um regime exaustivo mental e fisicamente. Embora o caso dos suicídios seja uma maneira extremada de exemplificar os poderes destrutivos de um sistema cuja maior prioridade é a extensão de lucro, no século XIX, Karl Marx já previa os efeitos desastrosos do capitalismo.


Funcionárias atuantes na linha de produção da empresa taiwanesa Foxconn

Sua prerrogativa máxima era de que, por ser um sistema autodestrutivo, o capitalismo iria se findar. As causas poderiam ser a superprodução, conseqüência natural da concorrência e da diminuição do mercado; a rebelião e manifestação dos explorados pelo sistema e a conscientização dos trabalhadores explorados que, livres de seus grilhões e cientes de sua força vital para a continuidade do sistema, optaram por deixar de trabalhar. É interessante notar que, para a obtenção de lucro, há uma espécie, senão aniquilação, ao menos mascaramento, de qualquer noção de humanidade. Os braços que ergueram e possibilitaram a Revolução Industrial foram, sem dúvida, braços escravos. Não havia uma noção de Lei Trabalhista: os empregados labutavam por todo o dia, as crianças faziam parte do processo construtivo e não havia qualquer norma de segurança ou de higienização.


"O operário não tem pátria", segundo Karl Marx (foto)

A história de exploração humana pelo próprio homem é antiguíssima e caminha junto às noções de riqueza e propriedade. No antigo império egípcio, centenas de homens eram escravizados e obrigados a construir odes a faraós, que justificavam seu poder com base em uma vontade teológica. Nos feudos da Europa medieval, os senhores abusavam de sua propriedade para angariar trabalhadores que, em troca de pouquíssima terra e bens, faziam-na prosperar. Anos e anos de exploração voluntária e involuntária foram a base para o mercantilismo, que possuía na própria escravatura um lucro e um negócio do qual dependiam todas suas outras transações econômicas.

Contudo, o capitalismo não se autodestrói devido à intervenção do Estado. São cobrados impostos para o acúmulo de capital do poder estatal, para este garantir o bem estar social, ou seja, o mínimo de políticas possíveis para a longevidade da população, e a regulação das empresas capitalistas. O Estado concede a garantia de lucro dos burgueses ao mesmo tempo em que reduz a jornada de trabalho. Portanto, o capitalismo assegura o lucro e garante a alienação, uma vez que os trabalhadores acreditam que houve uma melhoria de vida, um progresso, enquanto a exploração continua, mas de uma forma mascarada. Hoje, essa alienação é acompanhada pela mídia. A televisão, controlada pela indústria cultural, é vista durante o tempo de lazer do trabalhador, abolindo seu tempo de refletir.

Adestrados, os trabalhadores se afastam da realidade e perdem a consciência da exploração. O homem perde sua humanidade em prol do capital, que termina por explorar a todos. Burguês ou trabalhador, todos se tornam escravos do capitalismo, o primeiro porque faz tudo pelo lucro e o segundo porque tem a vida central baseada no trabalho. A única alternativa é a reflexão, para promover a desalienação e o fim do capitalismo, que corrompe a humanidade por tanto tempo.